sábado, 13 de dezembro de 2008

CONFIAR NA MUDANÇA ARMANDO RAMALHO

MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA NACIONAL

A mudança é necessária, mas não só a mudança de líder, também se deve mudar de políticas. Os portugueses merecem melhor, muito melhor. A Nação está com os piores índices europeus de sempre, posição que não se deve a mal formação congénita do nosso povo, mas sim a políticas e políticos sem competências e sem experiência da vida em concreto e da realidade do país.
Porque se deve mudar? Porque é impossível manter este sistema político que se auto governa e auto regula num cruzamento de interesses de classe que o país não suporta, penaliza a democracia e coloca em sério risco as liberdades individuais e colectivas.
Porque se deve mudar? Os portugueses devem conhecer a realidade, de como se chegou à beira do abismo. Porque se vendem bens públicos afectos aos militares tendo como única justificação a lei da reestruturação militar? O povo deve ser informado que esta é uma política de venda de anéis para comprar a falsa tranquilidade do sector, as mordomias são iníquas, o país é de todos.
O governo compra o presente com o futuro de todos, estas são as políticas em nome do PS que eu não cauciono.
Se os portugueses conhecessem a verdade as consequências seriam gravíssimas.
Neste final de legislatura, o partido e o governo vivem uma realidade virtual, fundada em sondagens, o único valor que se exibe a justificar o “ rumo certo” na condução das políticas públicas.
O bem-estar dos que trabalham, dos reformados e dos estudantes, a confiança num futuro sem angústias a que legitimamente têm direito, só existe na propaganda diária que é servida por um sistema de controlo quase total da informação.
Bem avisado está quem assim não pensa.
Se a realidade política partidária do maior partido da oposição é um caos, cuja desmotivação no último acto eleitoral permitiu a actual maioria absoluta ao PS, é devido mais a culpas próprias que a mérito dos seus adversários políticos.
As negociatas e abusos de uma larga teia de interesses que se instalou no sistema financeiro e político do país, não deve ser digno de perdão, ninguém tem legitimidade para branquear o maior roubo da história da nação. Mão pesada para quem usou os cargos electivos para fazer mão baixa sobre a riqueza nacional.
Estes são os aspectos emblemáticos que a história vai registar como o ponto de viragem, não são denúncias gratuitas, são os marcos que vão ajudar a compreender os actos políticos e as suas reais motivações e objectivos.
Que não tenham ilusões pelo facto de os militantes não subscreverem o repúdio destas políticas, é matéria mais que estudada dos manuais de ciência política. A história também regista eleitos que com maiorias abandonam a governação por considerarem que foram atingidos níveis de fraca legitimidade que inviabilizam as suas proposta e revelam as suas limitações na governação.
Porque se deve mudar de políticas?
Os problemas são os mesmos de sempre, mas estamos num momento em que os graus de tolerância não podem ser mais comprados com mais dívida, o serviço desta é superior ao orçamento do nosso maior ministério, o preço do dinheiro da nossa dívida pública é o mais caro da Europa.


Algum alinhamento deve existir com os países do ocidente e em especial com a união onde estamos inseridos, mas temos margem suficiente para governar repartindo de forma mais justa os custos de políticas recessivas assim como um dever de implementar ajudas aos mais desfavorecidos da sociedade e não o contrário.
Saber prever é um trabalho que assenta na experiência, não deve ser fruto do experimentalismo político, de rituais onde o debate é vazio e as consequências ficam impunes. Ninguém vive de ilusões, paga-se um preço muito alto, tanto maior quanto a apatia deixar correr esta situação ao extremo limite.
Os factos são factos, as promessas têm que ser confrontadas com a realidade, há que retirar consequências políticas do que se prometeu e não se cumpriu, saber porquê e como foi possível o desacerto e qual o desvio.
É esta a verdade com que um espírito nobre afronta em democracia os resultados das suas políticas, todos devem ser avaliados, os governantes devem ser um exemplo para a nação.
Não se pretende criminalizar a política. Os actos irracionais que lesam intencionalmente o Estado não são só criticáveis politicamente, daí devem ser extraídas outros níveis de responsabilidade e consequências para quem as praticou.
Na saúde e na educação verifica-se constantemente, de governo em governo, os mesmos erros de avaliação em meios e recursos. Políticas que não aprendem com os erros, estes repetem-se com custos faraónicos, não há acerto numa política que dure o escrutínio de uma legislatura.
A tranquilidade social nos seus agentes cria angústia e receios legítimos na população, os mais débeis e menos informados sofrem duplamente, não compreendem o perdurar da sua miséria. Em tempos de democracia esta deve ter ética de servir em especial estes cidadãos.
Um governo compra submarinos por milhares de milhões que não tem, este projecta aeroportos em lugares tão pouco recomendáveis que os abandonou, TGV ´s e pontes sobre o Tejo com traçados e localizações que não reúnem consenso algum, revelando quanto tudo é dependente da vontade de quem paga o parecer.
Cheira a mão invisível em tudo em que há dinheiro do Estado para gastar, é mais uma fonte de mal estar social.
A muitos convém este continuar de adormecimento geral, as aberrações em política por norma criam monstros muito difíceis de dominar, a prudência aconselha a evitá-los.
A fiscalidade intensiva criou uma falsa ideia de igualdade para todos, se num primeiro tempo era uma ideia justa, veio revelar que é incomportável para a maioria das pequenas empresas sobreviver a uma carga fiscal brutal e iníqua para com o comércio e indústrias que não vivam da ligação directa a subsídios e isenções do Estado.
O sector empresarial do Estado é uma nebulosa de difícil contorno. É desonesta a questão se deve haver mais Estado ou menos Estado, o que se deve observar é se deve existir ou não Estado em sectores onde este não se justifica.
As participações do Estado não devem estar ao serviço de conveniências governamentais, devem ser implementadas como estratégia Nacional onde todos se revejam e o interesse público seja inquestionável.
A fiscalidade não deve servir para alimentar vaidades de megalómanos, o Estado tem missões muito nobres a desempenhar. Garantir a todos que a solidariedade social não deve ser degradante. Ver as boas almas recorrer à caridade do cidadão à saída dos comércios é indigno de um país que se quer do primeiro mundo, de políticos que se pavoneiam por tudo o que é lado num desajuste bacoco do papel que lhes é dado desempenhar sem decoro algum, em face de uma mendicidade que alastra a camadas que se consideravam ao abrigo de tais vicissitudes.
As promessas de um maior rigor, de agravamento de penas para quem não cumprir ar normas são sempre para o passado, os delitos no presente, por hábito, ficam impunes. Vivemos há décadas em democracia e são cíclicas as desconsiderações que se praticam em nome do povo a este mesmo povo, a ciência política também explica como se aprende a gosta do opressor, este existe e justifica-se para nosso bem.
O que fazer?
O que se não deve fazer é esperar por políticos messiânicos ou do homem providencial, isso é uma criação no mínimo jornalística e de tempos idos, é de evitar também os partidos unanimistas onde o líder se rodeia de autoridade incontestável.
A história ensina que são fracos os frutos destas encenações dos partidos do aplauso.

Lisboa
ARMANDO RAMALHO

www.ramalho-ps.net
ramalho.confiar@sapo.pt
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http://odivelaslivre2008.blogspot.com
http:/.ramalhoodivelas.blogspot.com

1 comentário:

Nuno disse...

Força camarada.
A sua candidatura só fará sentido se for para continuar a denunciar o que a "nomenclatura partidária" omite. Todos os anteriores candidatos souberam do que se passava no PS e nada fizeram para denunciar a situação. Foram vítimas desta nomenclatura instalada e continuaram a nada fazer. O que esperam?
Os instalados na mesa do poder PS, estão convencidos que vão ganhar as próximas eleições de 2009 mas esquecem que estão a perder o país. E o pior é que o eleitorado só vê uma alternativa, por sinal para pior, mas com outras siglas.