sábado, 29 de novembro de 2008

Lusa / SOL

PS
Militante do PS concorre contra «autismo» de Sócrates
O militante do PS Armando Ramalho vai candidatar-se à liderança do partido para «varrer a falta de democracia interna do Partido Socialista» e acusa os dirigentes nacionais de serem «autistas» e quase «autocratas»

Armando Ramalho comunicou, há cerca de duas semanas, em carta aberta ao presidente do PS, Almeida Santos, a sua candidatura a secretário-geral, para a qual ainda não obteve resposta quer do presidente quer do partido.
«Na medida em que as oposições estão fragilizadas pelos problemas que têm ocorrido no maior partido da oposição [PSD], permite-se reforçar um estado de autismo dos dirigentes nacionais, que não precisam sequer de disputar eleições num quadro de concorrência salutar no âmbito nacional», afirmou à Lusa o candidato ao posto de José Sócrates.
Questionado sobre as principais alterações que a sua eleição pode trazer para o PS, Armando Ramalho revela querer «varrer da experiência [socialista] a falta de democracia interna onde não há oposição nenhuma e onde as pessoas se eternizam no poder, onde a democracia é formal e onde existem entraves à participação em eleições internas».
Armando Ramalho mostra-se confiante no êxito da sua candidatura (que terá de reunir cem assinaturas para ser formalizada), que espera que «represente um espaço de abertura e diálogo» dentro do partido e que combata a «apatia» dos militantes socialistas.
Segundo o socialista, «a adesão histórica ao partido socialista é uma farsa, está desmobilizada e está descrente», acrescentando que actualmente a governação PS está muito próxima da «autocracia».
Armando Ramalho critica ainda a «falsidade» da «forma de representatividade interna» defendendo que «já muito poucos socialistas se revêem na política actual e os seguidismos são feitos numa base de interesses de subsistência e de carreirismos».
A Comissão Nacional do Partido Socialista reúne no sábado, num encontro que deverá marcar oficialmente a data das eleições directas do secretário-geral e dos delegados, assim como as datas da realização do congresso.
Em princípio, o Congresso do PS deverá ser marcado para um período entre o final de Fevereiro e o início de Março.

Militante do PS concorre contra «autismo» de Sócrates

thttp://diariodigital.sapo.pt/default.asp terça-feira, 25 de Novembro de 2008 | 17:21

O militante do PS Armando Ramalho vai candidatar-se à liderança do partido para «varrer a falta de democracia interna do Partido Socialista» e acusa os dirigentes nacionais de serem «autistas» e quase «autocratas».
Armando Ramalho comunicou, há cerca de duas semanas, em carta aberta ao presidente do PS, Almeida Santos, a sua candidatura a secretário-geral, para a qual ainda não obteve resposta quer do presidente quer do partido.
«Na medida em que as oposições estão fragilizadas pelos problemas que têm ocorrido no maior partido da oposição [PSD], permite-se reforçar um estado de autismo dos dirigentes nacionais, que não precisam sequer de disputar eleições num quadro de concorrência salutar no âmbito nacional», afirmou à Lusa o candidato ao posto de José Sócrates.
Questionado sobre as principais alterações que a sua eleição pode trazer para o PS, Armando Ramalho revela querer «varrer da experiência [socialista] a falta de democracia interna onde não há oposição nenhuma e onde as pessoas se eternizam no poder, onde a democracia é formal e onde existem entraves à participação em eleições internas».
Armando Ramalho mostra-se confiante no êxito da sua candidatura (que terá de reunir cem assinaturas para ser formalizada), que espera que «represente um espaço de abertura e diálogo» dentro do partido e que combata a «apatia» dos militantes socialistas.
Segundo o socialista, «a adesão histórica ao partido socialista é uma farsa, está desmobilizada e está descrente», acrescentando que actualmente a governação PS está muito próxima da «autocracia».
Armando Ramalho critica ainda a «falsidade» da «forma de representatividade interna» defendendo que «já muito poucos socialistas se revêem na política actual e os seguidismos são feitos numa base de interesses de subsistência e de carreirismos».
A Comissão Nacional do Partido Socialista reúne no sábado, num encontro que deverá marcar oficialmente a data das eleições directas do secretário-geral e dos delegados, assim como as datas da realização do congresso.
Em princípio, o Congresso do PS deverá ser marcado para um período entre o final de Fevereiro e o início de Março.
Diário Digital / Lusa

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Público 13.11.2008 - 15h04 Luciano Alvarez �

Candidato à liderança do PS pede a Almeida Santos que garanta justiça nas eleições do partido.


Armando Ramalho, militante socialista há 35 anos e que na passada semana anunciou a sua candidatura à liderança do PS, escreveu uma carta ao presidente do partido Almeida Santos, a sua “firme convicção” em avançar para a disputa do cargo de secretário-geral. Pede-lhe também que assegure a todos os candidatos “as mesmas condições” e volta a tecer duras críticas às políticas actuais do partido.

“Em conformidade e reclamando o conhecimento das mais torpes entorses à legitimidade e às desfavoráveis condições das candidaturas oponentes ao poder instalado, experiência de uma já longa vida de andanças partidárias, venho junto do meu Caro Presidente pedir a sua especial atenção para que a democracia interna e o respeito que a todos é devido não sejam ofendidos”, pede o candidato.

Logo a seguir, Armando Ramalho diz que o actual primeiro-ministro e secretário-geral do partido, José Sócrates, “parece ter uma luta pessoal com o país, colocando assim em risco a própria soberania nacional”. E dá uma mão cheia exemplos: “os professores não podem ser tidos como simples mandaretes de interesses canhestros”; “as Obras Públicas e o seu absurdo ministro fazem já parte do anedotário nacional, o TGV sem rumo e sem justificação plausível”; “uma classe média mais do que espremida por impostos, pagam os devaneios do despesista Estado”; “as pessoas têm medo de sair à rua à noite (...) e a culpa é a falta meios que o Governo teima em não colocar à disposição destas forças [policiais] por pura obsessão do estafado rigor orçamental”.

Lembra também “a Justiça em bolandas entre Magistrados, Códigos e aplicações de sentenças, que o povo não compreende e dificilmente aceita”; “os mais que sentidos sinais de um Estado sem lei, com o incidente impensável num país da União Europeia, ocorrem na Madeira, perante o desnorte a quem incumbe aplicá-la”; “a privatização anunciada de parte do sistema financeiro é de uma terrível falta de sentido de Estado de Direito” e “a afronta futuro estético da capital do País com projectos sem o mínimo sentido de governo para as pessoas, pondo a recato os interesses privados de duvidosa legitimidade”.

O candidato diz a Almeida Santos que não avança para a corrida pela liderança do PS como uma “cópia de Barack Obama”, até porque diz ter mais dez anos, mas afirma exemplo do presidente eleito dos Estados Unidos significativo. “Cada um deverá encontrar a melhor forma de servir o seu país, e, como ele, não tenho medo.”

Armando Ramalho não é uma figura política conhecida fora do PS, mas no partido quase todos o conhecem pela sua militância activa. Este gestor de 59 anos formado em ciência política já disputou várias eleições distritais e concelhias do partido e participou na elaboração de diversos documentos políticos do PS.

Carta aberta ao Presidente do Partido Socialista

Dr. Almeida Santos
Largo do Rato

Vai longe no tempo o prazer que tenho de ter o conforto do seu amável cumprimento, que sempre entendi como solidário e reconfortante nestes sempre pouco entusiasmantes acontecimentos partidários.

Querem as circunstâncias que esta missiva não seja uma extensão do que acima referi, mas sim, apresentar formalmente ao Presidente do Partido a minha firme convicção de me candidatar a Secretário-geral do nosso Partido Socialista.

À partida poderá parecer pura estultice, mas não é.

O nosso Partido vive nas margens do absurdo. Qualquer organização, e muito especialmente o Partido de onde emanam os mais elevados representantes da Nação, deve ser um exemplo de probidade e os seus órgãos internos um exemplo de rigor e fonte de legitimidade, das bases ao topo da representatividade.

As figuras de estilo da luta política não devem ferir a dignidade de ninguém, não reconheço a ninguém legitimidade alguma para aí se reverem em tragédia.

A perenidade do Estado de Direito deve ser um meio de estabelecer para todos uma vida digna, onde todos sejam parte e não sujeitos.

O firme propósito de disputar a liderança do partido pressupõe, muito justamente, substituir o actual Líder e retirá-lo da governação do Estado, como é óbvio.

O partido é o espaço de luta de ideias no quadro dos estatutos e da declaração de princípios. É necessário assegurar a todos os candidatos as mesmas condições, e como muito bem sabe o partido pertence a todos por igual.

Em conformidade e reclamando o conhecimento das mais torpes entorses à legitimidade e às desfavoráveis condições das candidaturas oponentes ao poder instalado, experiência de uma já longa vida de andanças partidárias, venho junto do meu Caro Presidente pedir a sua especial atenção para que a democracia interna e o respeito que a todos é devido não sejam ofendidos.

Como é público, o actual Primeiro-ministro e Secretário-geral do Partido parece ter uma luta pessoal com o País, colocando assim em risco a própria soberania Nacional.

Os militares são considerados como se o Estado não lhe devesse especiais atenções, nobreza no trato e não desdém, por mais duras que sejam as condições que a realidade nos impõe.

Os professores não podem ser tidos como simples mandaretes de interesses canhestros,
são um corpo do Estado e não se podem tratar como simples sindicalistas sem carácter, são muito mais do que essa simplista e maneirista forma de analisar os problemas.

As Obras Públicas e o seu absurdo ministro fazem já parte do anedotário nacional, o TGV sem rumo e sem justificação plausível, uma nova ponte sobre o Tejo a nascer em zona nobre da cidade em vez de ser a norte do Vasco da Gama, como pensa a maioria dos entendidos, um novo aeroporto sem se saber onde param as disponibilidades financeiras futuras.

Uma classe média mais do que espremida por impostos, pagam os devaneios do despesista Estado com custos que ninguém esclarece, dinheiro muito mais útil à economia das empresas em consumo reprodutivo, em trabalho e conforto para as famílias.

No que concerne à segurança pública: as pessoas têm medo de sair à rua à noite, têm medo que os seus filhos não voltem para casa, as pessoas têm medo que no meio da rua apareça alguém que os ameace com uma arma e lhes roube o carro, as pessoas têm medo de ir a sítios porque há tiroteios ou droga a ser traficada e consumida à vista de todos sem intervenção da polícia, acresce que não é por culpa da polícia, mas sim por culpa da falta de meios que o Governo teima em não colocar à disposição destas forças por pura obsessão do estafado rigor orçamental.

A Justiça em bolandas entre Magistrados, Códigos e aplicações de sentenças, que o povo não compreende e dificilmente aceita, uma imagem de impunidade da grande e pequena criminalidade, a ideia de insegurança está mais do que instalada, as nossas cidades estão desertas. É o medo.

Os mais que sentidos sinais de um Estado sem lei, com o incidente impensável num País da União Europeia, ocorrem na Madeira, perante o desnorte a quem incumbe aplicá-la.

Os obscuros e pouco exemplares agentes reguladores, desde o Banco de Portugal à simples ERC, são de nula utilidade prática para a vida da comunidade.

A privatização anunciada de parte do sistema financeiro é de uma terrível falta de sentido de Estado de Direito.

Afrontar o futuro estético da capital do País com projectos sem o mínimo sentido de governo para as pessoas, pondo a recato os interesses privados de duvidosa legitimidade.

Não me candidato a cópia de Barack Obama, até porque tenho mais dez anos, mas o seu exemplo é significativo: cada um deverá encontrar a melhor forma de servir o seu país, e, como ele, não tenho medo.

Assim, espero poder apresentar-lhe os meus melhores cumprimentos pessoalmente, quando o meu Caro Presidente o considerar oportuno.

Armando Fernando Ramalho dos Santos

ramalho.confiar@sapo.pt