sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"meritória esta iniciativa política"

Neste preciso momento político, 8/1/09, é oportuno e necessário fazer um balanço político da candidatura a Secretário-Geral do Partido Socialista.
A iniciativa política para o interior do partido e comunicada ao país foi determinada pela vontade de marcar uma posição não táctica mas sim voluntarista, permitindo a expressão das vontades espontâneas e adesão ao debate na esquerda socialista, livre de constrangimentos difusos, que se adivinham em estado larvar.
Fez mossa? Sim. Foi uma pedrada no charco da indiferença? Sim.
No essencial importa sublinhar que o Presidente do Partido foi relevante neste processo, conciliador, solidário, superiormente responsável e deferente no conselho despendido.
As melhores das boas vontades do Presidente da COC (Comissão Organizadora do Congresso) não neutralizam a mal formação congénita do regulamento do congresso e a marcação de prazos. O alerta está feito e creio que entendido.
O que impede a moção “confiar na mudança” de ir a congresso?
Considerando inútil prolongar equívocos, reafirmamos que o importante é eleger cinquenta delegados ao congresso. Sem essa condição não será aceite a sua discussão.
Por ser impossível em tempo útil candidatar listas que no mínimo deveriam mobilizar dez vezes mais candidatos, ou seja 500 (quinhentos) militantes nas estruturas de base, está inviabilizada essa condição.
Concluindo: considero meritória esta iniciativa política, respeitou a memória dos camaradas que sempre nos acompanharam nas reflexões críticas, honrou a militância dos sempre presentes com o cunho e singularidade que nos une.
Acreditamos na sinceridade do Secretário-Geral, publicamente anunciada na sua última intervenção televisiva, de que há espaço para a participação crítica dos que se reclamam de esquerda e radicais democráticos, em alinhamento com a declaração de princípios do partido.
O fundador do partido, Mário Soares, com a sua lúcida e esclarecida análise do devir da Europa e do país, do que é relevante e não acessório para o futuro, o seu exemplo de combatividade e democrata de sempre, conforta a nossa decisão.
Reforçar a imagem de partido de esquerda do PS pela nossa participação e contributos individuais e colectivos que soubermos produzir.
Assim apresentaremos ao Presidente da COC a nossa moção, para uso e fins que considerarem convenientes, e com este acto simbólico encerramos este capítulo, ficando ao dispor, como sempre, para as iniciativas abertas à participação democrática e sem constrangimentos.
Nunca duvidámos da nossa razão, procurámos melhorar, porque é sempre possível melhorar. É a razão que nos impõe o dever de contribuir para a vitória da esquerda, pela afirmação dos nossos valores solidários e fraternos.

“Acreditamos saber que existe uma única saída mas não sabemos onde está. Não havendo ninguém do lado de fora que nos possa indicá-la, devemos procurá-la por nós mesmos. O que o labirinto ensina não é onde está a saída, mas quais os caminhos que não levam a lado algum”. Norberto Bobbio, socialista italiano (1909-2004).

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